Quero compartilhar um pedaço da nossa história de vida, uma jornada que começou no momento em que descobrimos que a nossa filha mais nova, a Sofia, estava enfrentando a Leucemia.
Falar sobre câncer infantil se tornou algo que faz parte da nossa história, algo que precisamos abordar, entender os sintomas e, acima de tudo, a importância do diagnóstico precoce.
A história sobre a Leucemia na vida da Sofia
A história da Sofia é única. A Leucemia entrou em nossas vidas de maneira silenciosa, sem os sintomas típicos. Um simples exame de sangue de rotina revelou uma contagem baixa de plaquetas, algo que me fez ligar para o pediatra e iniciar uma jornada de incertezas. Nossa ida à hematologista foi o primeiro passo para desvendar esse mistério.
Os dias que se seguiram foram como um vendaval de emoções. O diagnóstico confirmou nossos medos, e a palavra “Leucemia” trouxe consigo um turbilhão de sentimentos assustadores. Minha filha, que ainda não tinha completado 4 anos, agora enfrentava uma batalha que eu mal conseguia compreender. A incerteza do tratamento, as sessões de quimioterapia e a preocupação constante com a perda tornaram cada momento uma montanha-russa de emoções.
Os detalhes dos dois anos e oito meses de tratamento refletem uma verdadeira maratona. Desde a fase intensiva até a manutenção, enfrentamos desafios que iam além do que eu poderia imaginar. UTI, neuropatias, quedas de cabelo – cada etapa era uma prova de resistência para a minha pequena guerreira.
No meio das lágrimas, aprendemos a encontrar luz nos cantos mais escuros.
A rotina da família
A rotina da família mudou drasticamente, e eu abracei cada momento, sacrificando meu trabalho para estar ao lado da Sofia. Durante o tratamento e posteriormente a pandemia, o isolamento nos trouxe ainda mais desafios, mas o ambiente pediátrico se tornou nosso refúgio, um espaço cheio de brinquedos, que inclusive foram doados pelas empresas CALESITA e TaTeTi e que tornavam o nosso dia-a-dia mais leve, e amor, oferecido não apenas pela equipe médica, mas por anjos em forma de enfermeiras, médicos e psicólogas.
O final feliz!
A conclusão do tratamento foi o amanhecer após uma noite escura. O toque do sino, simbolizando o fim da jornada, ecoou como uma sinfonia de vitória. As lágrimas que derramei eram de orgulho e alívio, vendo minha filha emergir mais forte do que nunca.
Hoje, dois anos após o término do tratamento, olho para trás e vejo o quanto crescemos como família. A equipe do Hospital Santo Antônio se tornou nossa família, compartilhando risos, lágrimas e celebrando vitórias juntos. Meu olhar sobre as crianças que enfrentam o câncer mudou; agora vejo-as como verdadeiros heróis, cada uma delas mais forte do que imaginamos.
Compartilho nossa jornada na esperança de que possa tocar os corações de quem enfrenta desafios semelhantes. Que nossa história seja uma luz no fim do túnel, um lembrete de que a esperança e a resiliência podem florescer mesmo nos momentos mais sombrios. E à minha filha, agradeço por me mostrar um mundo de coragem, força e amor.
Angela Melo de Liz – Supervisora de Educação e mãe da Sofia, do Leonardo e da Ana.