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Novembro Dourado: Curar é possível! Uma história de superação

Há 1 semana

Novembro Dourado: Bernardo tem o mundo inteiro para conquistar!
Senta que lá vem textão… 

Por Amanda Venzon, mãe do Bernardo Beppler.

Bernardo, paciente oncológico, no colo de uma pessoa vestida de Capitão América durante o Novembro Dourado.
Legenda: Bernardo encarou com coragem o tratamento contra a Leucemia Linfoide Aguda (LLA)

O que você sente em seu coração quando falamos em câncer infantil? Geralmente, associamos isso imediatamente à perda, não é? E se isso acontecesse com alguém da nossa família? 

Foi assim que a batalha contra a leucemia entrou em nossas vidas. Bernardo foi diagnosticado com Leucemia Linfoide Aguda (LLA) em 24/04/2018. Os sintomas eram fortes: febre alta, falta de apetite, barriga inchada e, principalmente, a palidez. Fizemos duas idas ao pronto-socorro até que, na quinta-feira, 19/04/2018, decidimos, por conta própria, levá-lo para fazer um exame de sangue. No mesmo dia, ele precisou ser internado para uma transfusão de sangue e, a partir daí, a sua batalha começou.

Nossa família tinha uma rotina corrida, e acredito que essa é a realidade de muitas pessoas hoje em dia. Acordávamos, Bernardo ia para a creche, íamos trabalhar e, nos finais de semana, também buscávamos uma renda extra. E o Bernardo? Quando não ia junto, ficava com os avós. 

Novembro Dourado: Tudo em seu devido momento

Ok, Amanda, mas o que isso tem a ver com a história? 

O ponto que quero chegar é que Deus nos colocou exatamente onde deveríamos estar. Ele nos fez perceber que precisamos prezar e priorizar nossos filhos e nossa família, pois eles serão sempre a nossa prioridade. No trabalho, alguém pode suprir a nossa falta. Mas no nosso coração, quem vai ocupar esse lugar? 

E, diante disso, Deus me retirou do trabalho e me colocou ao lado do meu filho, 24 horas por dia, na dor, no sofrimento, mas também no aprendizado. Aprendemos sobre nossa capacidade de sermos fortes. E, principalmente, aprendemos com ele. Bernardo foi um verdadeiro guerreiro. Ele nos ensinou, em todos os momentos, que mesmo na dor, é possível sorrir. Foi ele quem fez com que nossa família se tornasse ainda mais unida, pela oração.

O início do tratamento – Novembro Dourado

Bernardo, paciente oncológico já curado, jogando futebol.

Bernardo trocou as idas para a creche pelas idas diárias ao hospital. No início, tudo parecia muito assustador. Nínguém quer ver seu filho sofrer, muito menos trancado dentro de um quarto de hospital, recebendo milhares de medicações. O medo e a incerteza tomavam conta da nossa mente, mas tentávamos tornar cada momento o mais confortável possível. E tivemos o apoio incondicional dos profissionais do hospital. A partir daquele momento, eles se tornaram

parte da nossa família, pois o nosso contato com eles seria constante. 

Além disso, outras famílias, com o mesmo objetivo – a cura de seus filhos – estavam conosco, todas unidas por um propósito e dando força umas para as outras. 

O tratamento durou 2 anos e 2 meses. Os primeiros 8 meses foram os mais intensivos, com ciclos de quimioterapia quase todos os dias. O restante foi a fase de manutenção, com ciclos a cada 21 dias. O tratamento em si é agressivo, pois a medicação precisa exterminar as células malignas do nosso corpo. Com isso, surgem as reações adversas: irritação, falta de apetite, náuseas e traumas. Mas isso foi uma minoria na nossa batalha. Em todos os momentos, Bernardo transformava os cantos daquele hospital em uma quadra de futebol. Não importava quantos acessos ele tivesse, precisávamos bater uma bolinha pelos corredores do hospital. 

Muitos aprendizados

Bernardo, ex-paciente oncológico, sorrindo e segurando um balão azul em formato de coração, com os dizeres "Minha última Quimio" - Novembro Dourado.Aprendemos a importância da doação de sangue, e quantas crianças precisam de um “suquinho do amor”, como apelidamos, para seguir firmes no tratamento. Esse “suquinho” é vida; ele renova e é fundamental durante todo o trajeto. 

Não podemos negar que houve momentos difíceis. A gente se questiona: o que fizemos de errado para que isso acontecesse? E por que justamente com nosso filho, uma criança indefesa? Mas a vida nos ensina a não questionar e a simplesmente acreditar e entregar tudo nas mãos de Deus.  

E, apesar de toda a preocupação, do medo e da incerteza sobre como seria o dia seguinte, o tratamento foi leve. Não houve intercorrências graves. Houve muitos risos e brincadeiras. Houve fé, garra e esperança. 

Antes mesmo de terminar o tratamento, Bernardo já começou a frequentar a escola normalmente, com todos os cuidados necessários. E, o mais importante, pôde finalmente começar a treinar futebol, o esporte que ele respira 24 horas por dia. 

E no meio de tanta fé e esperança, no dia 24/06/2020, amanheceu lindo, dia de São João, com um sol radiante. Assim estavam nossos corações, radiantes de alegria e felicidade, pois era o último dia de quimioterapia. Houve abraços, despedidas, mas aquela despedida foi boa, reconfortante, um “até logo” fora do hospital. A vez do Bernardo chegou, e como esse dia foi esperado! Quando acompanhávamos o fim das lutas dos colegas de tratamento, imaginávamos como seria o dele. E, de fato, foi único. Uma sensação de batalha vencida e, mais importante, a certeza do sentir de Deus em nossas vidas. 

Ao Bernardo:

Bernardo, ex-paciente oncológico, em meio a um jogo de futsal, sorrindo e comemorando. Novembro Dourado.

Obrigada, meu filho, por me ensinar tanto. Com tão pouco tempo de vida, você já se mostrou tão valente. Você tem o mundo inteiro para conquistar com sua garra. Sua história é motivadora e pode gerar esperança para muitas famílias. 

 

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